Concelhia do PSD de Almeida
C O M U N I C A D O
A proximidade do primeiro dos três actos eleitorais que se realizarão em Portugal até final deste ano tem produzido alterações de comportamento na área do poder que fazem perigar o regular funcionamento das instituições e a democraticidade do próprio processo eleitoral.
Não dramatizamos as nossas avaliações políticas nem as nossas afirmações, sustentadas em factos que devem merecer censura política sem qualquer margem para dúvidas.
A gravidade dos factos está, desde logo, na sua dimensão ética.
É intolerável que membros do Governo, e nessa qualidade, utilizem os vários palcos políticos e institucionais em que apressadamente se movimentam para tentarem influenciar a liberdade cívica do voto, produzam afirmações de cariz marcadamente partidário e façam exercícios de luta partidária.
Tais atitudes e comportamentos constituem violações graves do dever de isenção que deveria ser um padrão essencial dos membros do Governo da República, não confundindo os cidadãos nas suas apreciações políticas e baralhando as regras do jogo.
A gravidade acentua-se quando, para lá do que se diz, se espalham apreciações e afirmações não fundadas, constituindo mesmo, por vezes, um exercício de duvidosa honestidade intelectual e política.
Isto é, não basta misturar a dignidade institucional de membro do Governo com a defesa de interesses partidários próprios como se vai mais longe, afastando-se do trilho da rectidão que deve presidir à acção de responsáveis políticos.
O nosso Distrito não escapa a essas investidas, a esse repentino corrupio de governantes pelo País, normalmente portadores de promessas e de mensagens de oposição à oposição – como se os portugueses quisessem o Governo para fazer política partidária e não para governar!
Queremos repetir e tornar ainda mais claro – estes comportamentos são graves, prejudiciais à democracia, violadores das regras de conduta dos titulares de cargos políticos e despudoradas formas de manipulação da opinião pública.
Alguns virão, apressadamente, dizer que queremos limitar a liberdade crítica, que um membro do governo também tem direito a pronunciar-se sobre a política.
Concerteza. Só não deve, é fazê-lo confundindo os planos de intervenção, utilizar as funções de Estado para política partidária e a política partidária para vincular o Estado.
Clareza é o que se pede.
Temo-nos interrogado sobre o que levará a tudo isto. E parace-nos razoável concluir que há razões políticas evidentes e objectivas.
O PS e o seu Governo passaram quatro anos a estrangular os cidadãos, em especial os mais afastados das áreas do poder, e a dificultar a vida às empresas, em particular as de pequena e média dimensão.
Passaram os quatro anos a conviverem, acomodados, com os sinais da crise, que negavam.
Passaram os quatro anos em permanentes exercícios de propaganda e de manipulação dos portugueses, gerando aparências e ilusões a um ritmo alucinante para que ninguém se desse conta das dificuldades e da realidade nua e crua.
Passaram os quatro anos num sossegado repouso de que eram mestres na comunicação e peritos na mensagem, independentemente da obra e dos factos.
E, de repente, os nervos à flor da pele. A preocupação evidente!
O País, afinal, não está como o pintaram. Os portugueses não andam tão distraídos como imaginavam. As consciências não estão tão controladas como pretendiam. Começam a sentir que o juízo político que os portugueses fazem não é tão positivo como pensavam.
A arrogância e a presunção começam a dar lugar à preocupação.
Mas é preciso dizer-se que em política não vale tudo, que em política há regras e que nada justifica (nem mesmo a derrota eleitoral) pôr em causa a ética política e institucional e os valores democrtáticos.
O PSD, os seus responsáveis políticos no Distrito e os seus candidatos desafiam os seus adversários a cumprir um código de conduta ética que dignifique a luta política, valorize o mandato popular e constitua um exemplo de convivência e saber estar na política.
Desafiam igualmente à seriedade e rigor dos argumentos, de forma a elevar a nobreza da política e colher o respeito dos cidadãos.
Desafiam, por fim, a que cada um desempenhe, nestes processos eleitorais, os papéis políticos que querem verdadeiramente interpretar, com os seus méritos próprios, sem vícios nas regras e sem golpes baixos.
Já bastam os exemplos negativos que certos gestos representam.
O nervosismo é a antecâmara do desastre e também em política essa observação pode ser evidenciada
Comissão Política Distrital do PSD Guarda
Destaque
Alcino Morgado
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Artigo publicado no Jornal "Meia Hora".
Não, de modo nenhum